
sonho a certeza do sentido
esboço o resultado e não passo de uma amálgama.
as raízes prendem-me à terra
não falam, mas empurram-me nas sombras.
sustenho o grito, crescem-me os braços,
há dor nesse silêncio de tantas luas
o sangue pesa-me no corpo
fervilha como cal ardente,
é o rebentar das folhas.
cobrem-se os galhos.
não se adiam os dias
que perseguem o engrossar do tronco
puxam-me as origens
na alegria de ser árvore,
o abrigo permanente de friorentas aves
onde a beleza impera na plenitude do crescer.
rejuvenesço no principio das manhãs
de um Março que embarga nova primavera…
helena maltez
12 comentários:
Presa à terra por fortes raízes rejuvenesces "no principio das manhãs de um Março que embarga nova primavera…"
Um belo poema! Ainda bem que voltaste. Um beijo Lena.
Lena, é uma pena escreveres (ou publicares) tão poucas vezes... a tua poesia é magnífica...
Gostei tanto deste poema...
Querida amiga, boa semana.
Beijos.
que bom apareceres com a Primavera.
beijinho Lena
Um regresso esperado com um poema a condizer...
A Primavera merece assim ser recebida com belas palavras.
Beijinhos para ti, Lena.
é o rebentar das folhas.
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Segundo a 'sabedoria' antiga no rebentar das folhas era o tempo de partida dos mais idosos.
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Felicidades.
Manuel
primavera com cheiro a noite de verão...
:)
Mais um belíssimo poema amiga. Dá vontade de perguntar: Para quando um livro?
Um abraço
Passei. Na ausência de novidades deixo um abraço
Olá!
Rejuvenecer em cada manhã, eis a sabedoria para uma longa vida!
Um velho amigo!
Bj
Lena, ficaste presa à árvore?
Temos saudades tuas.
Um beijo.
...a Primavera findou, o Verão está a acabra e o Outono que palavras nos vai trazer?
Beijo
Lena: vim espreitar o seu blogue para ver se estavas a escrever poesia e fiquei deslumbrado com o que tens escrito. "Ser árvore" tem para nós, os desenraizados de África um grande significado.Resguardas-te demasiado. Publica os teus versos no Facebook. Obrigado e prossegue. Um beijo carinhoso do Rui Serrano.
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